As Viagens de Attanor  

Posted by Antonio Marcelo

O maior problema de Margotta desde que nascera, era ser muito curioso. Desde pequeno perguntava ao seus pais a razão de muitas coisas :

- Por que chove sempre ?
- Por que o céu sempre é cinza ?
- Por que a lama ferro endurece ?
- Por que ? Por que ? Por que ?

Eram tantos porques desde pequeno, que na escola o apelidaram de Margotta o questionador. Com os anos passando as dúvidades de Margotta em nada diminuíam, mas de certa forma isto fez-lhe bem, pois começara a estudar as ciências do mundo, se tornando um grande sábio. Mas o desejo de saber as coisas continuava lhe importunando, mesmo que em menor intensidade, mas ainda importunando.

Margotta as vezes não olhava o mundo a sua volta, nem a bela Audrine, uma sábia como ele, mas dotada de raríssima beleza, combinada com uma grande inteligência. Audrine conseguira estudar e prever todos os ciclos das grandes chuvas, o porque de sua existência. Estudara as propriedades da lama ferro e descobrira formas de melhorar sua resistência, estudara o comportamento dos fluidos vitais no homem, estudara magia, em resumo era uma mulher muito, mas muito inteligente.

Mas do alto de sua sabedoria Audrine nunca conseguria entender como se apaixonara por Margotaa...
Ele não era um belo homem, não era belo em aparência, meio franzino e de jeitos muito simples. Era a antítese dos diversos homens que a admiravam, fortes, belos como os heróis das lendas, mas não sabia explicar porque gostava daquele homem. Margotta não havia percebido como a bela mulher aspirava por ele, apenas tentava saciar sua curiosidade com relação as coisas do mundo.

Certo dia Margotta e Audrine estavam juntos no grande hall da biblioteca Academia das Letras Comuns, olhando um velho livro, quando um peqeuno papel com uma notação caiu de suas páginas. Margotta pegou-o curioso e mostrou a Audrine. Esta olhou e reconheceu ser de um dialeto antigo e que estava escrito :

Estande 340, Prateleira 5, Volume 47

Ambos olharam curiosos um para o outro e resolveram ver se tal estante existia. Caminharam pelo grande prédio e depois de quase vinte minutos acharama tal estante num lugar escuro e afastado. Foram na prateleira 5 e procuraram tal volume 47, encontrando um pequeno livro com uma capa de couro vermelha. O livro não era fino, e ao abriem leram um título que os deixou curiosos :

"As Jornadas de Attanor, pelas Profundezas do Mundo"

O livro estava escrito a mão, numa caligrafia muito bonita, com diversos desenhos, inclusive dos grandes vermes que brotavam de vez em quando da terra, destruíndo diversas partes da grande cidade.

- Curioso este livro Audrine, quem é este tal de Attanor ?
- Nunca ouvi falar - respondeu - só posso te dizer uma coisa - folheou mais o livro - isto aqui parece o diário original dele, já que o mesmo não está impresso e sim escrito a mão...
- Reparei isso, vamos levá-lo para sala de leitura...

Aos e afastarem da estante Margotta, guardou o papel com as indicações da estante no bolso de sua tûnica de estudante. Dirigiram-se a uma mesa do hall de leitura, do qual estava vazio, com apenas os dois presentes. Sentaram-se numa mesa iluminada pelas lâmpadas de luz mágica e e abriram a primeira página do livro...

Continua...

This entry was posted on abril 25, 2009 at sábado, abril 25, 2009 . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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